segunda-feira, 6 de agosto de 2012

PENSANDO UM POUCO SOBRE POLÍTICA...


A VOZ DO POVO É A VOZ DE... DE QUÊM?

Costumeiramente, aqui e acolá, ouvimos a frase “a voz do povo é a voz de Deus.” Mas, fico pensando, será que isso é verdade? Ao mesmo tempo chego à conclusão de que, se a voz do povo fosse a voz de Deus: Os políticos corruptos não seriam eleitos pelo povo; Os crimes hediondos (e outros não hediondos) não seriam absolvidos; As drogas não seriam legalizadas; Os abortos não seriam praticados; O homossexualismo não seria aceito como uma livre opção sexual; O povo não pediria democracia, mas TEOcracia.

Sobre este último, a Bíblia nos mostra que, num belo dia, quando Deus governava e dirigia o seu povo segundo à sua vontade e com seu grande amor, através de seus profetas e mensageiros, o povo resolveu pedir a palavra... E o pedido do povo foi mais ou menos este: - Que nós mesmos nos governemos e não Deus (leia 1º Samuel, capítulo 8 e você entenderá). Ao ouvir acerca do desejo do povo, Deus disse ao profeta Samuel: “... Atende à voz do povo em tudo quanto te diz, pois não te rejeitou a ti, mas a mim, para eu não reinar sobre ele” (1Sm 8:7). E assim, o povo obteve o seu primeiro rei – o rei Saul (1Sm 10).

Por outro lado, mesmo que a voz do povo não seja a voz de Deus, em muitas ocasiões Deus resolve atender a voz do povo. Vejam, por exemplo, neste episódio em que o povo de Israel pede um rei. Após o pedido, Deus ordena a Samuel para, primeiramente, exortar o povo e explicar-lhes como será as suas vidas quando tiverem um rei (verso 9). Na sequência, Samuel passa a discorrer acerca das mudanças que o povo terá que sofrer com a presença e investidura de um rei (veja 1º Samuel 8:10-18):
  • ü Ele tomará os vossos filhos... para que corram adiante deles;
  • ü E os porás... para lavrarem os seus campos e ceifarem as suas messes;
  • ü Tomará as vossas filhas para perfumistas, cozinheiras e padeiras;
  • ü Tomará o melhor das vossas lavouras, e das vossas vinhas, e dos vossos olivais, e o dará aos seus servidores;
  • ü As vossas sementeiras e as vossas vinhas dizimará, para dar aos seus oficiais e aos seus servidores;
  • ü Também tomará os vossos servos, e as vossas servas, e os vossos melhores jovens... e os empregará no seu trabalho;
  • ü Dizimará o vosso rebanho, e vós lhe sereis por servos.
E Samuel faz uma última advertência: “Então, naquele dia, clamareis por causa do vosso rei que houverdes escolhido; mas o Senhor não vos ouvirá naquele dia” (verso 18). Estas foram as palavras de Samuel ao povo. Mas o povo, ao ouvir tudo isso, disseram: “Não! Mas teremos um rei sobre nós” (verso 19).

Poderia continuar discorrendo aqui sobre as decisões tomas pelo povo e as tragédias em decorrência dessas escolhas, mas prefiro fazer isso em um outro post.

Por fim, quero encerrar citando uma frase, cuja autoria me foge à memória, que resume tudo o que tentei dizer até aqui:

“Bem aventura o homem que diz a Deus: - seja feito a tua vontade; maldito o homem que ouve de Deus: - seja feito a tua vontade!”

Com amor,
Rev. Luiz Ancelmo

sábado, 4 de agosto de 2012

PENSANDO UM POUCO NA IGREJA COMO O PRINCIPAL LOCAL DA PREGAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS...

Mensagem realizada na Igreja Presbiteriana de Cabrália no ano de 2006.


A IGREJA E A SUA SINGULARIDADE NA PREGAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS.

Textos base: Atos 6.1-4; Romanos 10.17


INTRODUÇÃO:

Deus chama e preserva o seu povo pela Pregação da Palavra. “Não havendo profecia, o povo se corrompe...” 
Pv 29.18.

A principal marca da igreja de Cristo é a fiel pregação da Palavra de Deus, que consiste na exposição fiel e sistemática do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.
Falar sobre esse assunto é de fundamental importância para a descoberta da verdadeira identidade e missão da igreja do Senhor Jesus.

Muitas igrejas hoje têm tomado rumos estranhos, identificando-se muito mais como agências fornecedoras de serviços para o homem, do que instituições divinamente capacitadas para anunciar o evangelho de Cristo. 

Frase de Transição: Vejamos porque é preciso a igreja pregar a Palavra de Deus:


I – A PRINCIPAL FUNÇÃO DA IGREJA É PREGAR A PALAVRA DE DEUS.

A partir do capítulo dois de Atos, vemos a igreja primitiva engajada na tarefa de pregar o evangelho. O apóstolo Paulo fala em pregar “todo o desígnio de Deus” (At 20.27).

A pregação da palavra é importante porque:
·   Informa ao ser humano sua real condição espiritual e sua necessidade de Deus;
·   Essa tarefa pesa sobre a igreja (e particularmente sobre os pastores, em termos de pregação expositiva) – “Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!” (1Co 9.16);
·   A principal tarefa da igreja NÃO É a de educar as pessoas, nem de curá-las fisicamente ou psicologicamente, e nem é torna-las felizes e mais ainda, também não é torna-las boas.
·  Fazer essas coisas não passarão de meros paliativos.  Não que isso não possa ser feito, mas, contudo, não são os objetivos primários. O principal objetivo da igreja é SITUAR OS HOMENS DENTRO DO CORRETO RELACIONAMENTO COM DEUS E RECONCILIA-LOS COM DEUS.
·   IlustraçãoÞ Como seria dar um remédio para alguém a fim de aliviar as suas constantes dores, sem, contudo, detectar seu real problema?...  

II – A PREGAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS É SUFICIENTE PARA ATINGIR O HOMEM TODO.

Todas as tentativas de tentar convencer o ser humano do seu real estado espiritual, destituído da pregação da palavra de Deus, serão inúteis e frustrantes.

·   Pregar o “evangelho” da prosperidade não dá certo:

1. Porque não é função da igreja tornar as pessoas ricas, nem, contudo, promover-lhes satisfação pessoal;

2. Porque isso faz com que as pessoas fujam da sua real necessidade.
Contentar-se com lazer e satisfação superficial é tentar se esconder da sua real condição espiritual diante de Deus. “Na medida em que o homem se contenta com esse alívio temporário, tende a continuar supondo que tudo corre bem e, eventualmente termina em desastre”.

·    Transformar a igreja em uma agência prestadora de serviços para o homem, não dá certo:

A igreja não está em competição com as seitas, nem com outras religiões, não está em competição com os psicólogos ou quaisquer outras agências, nem com políticas, sociais ou de qualquer outra natureza.

Quando se tenta institucionalizar e socializar a igreja fazendo nela o que se faz em outros setores da sociedade, as pessoas não vêem razão para continuar nEla pois o que se faz lá, pode ser feito em qualquer outro lugar. Uma igreja que prega um meio de reforma política e social e de pacifismo, torna-se uma igreja desnecessária, pois todos esses serviços podem ser efetuados mediante as agências políticas.

·    A pregação da Palavra é o único meio de conduzir o homem à reconciliação com Deus.

Isso é o bastante para atingir o homem todo. Jesus disse: “Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho; porque o remendo tira parte do vestido, e fica maior a rotura” Mt 9.16. A pregação da palavra visa levar o homem a uma transformação por inteiro.

III – A IGREJA É O PRINCIPAL LOCAL PARA A PREGAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS.

Agora refiro-me à igreja como o local de culto. Como é importante as pessoas se reunirem para compartilhar de um mesmo assunto. Sem divergências, preconceitos, totalmente desarmados, pois não estamos diante de algo criado pelo homem, mas por Deus, e isso dá sentido à autoridade, suficiência e total aproveitamento. “A própria presença de um grupo de pessoas faz parte, por si mesma, da pregação, e essas influências começam a operar de imediato sobre qualquer pessoa que participe do culto”.
·    A igreja é importante para fortalecer relacionamentos;
·    Nada substitui a Igreja;
Nem um livro, nem uma programação de televisão, pode exercer a mesma influência que a igreja exerce na vida das pessoas;
·    Há um elemento espiritual (místico) na Igreja;
Não é a toa que Jesus disse: “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles”. Sua presença não se dá pela presença das pessoas em si, mas porque a igreja traz esse mistério. Existe algo de espiritual envolvendo o povo de Deus quando estes se unem para cultua-lo.

Ilustração (contada pelo Dr. Rev. Martin Lloyd-Jones): Uma mulher espírita com capacidades mediúnicas e que era paga (e por sinal, bem paga) para prestar seus serviços mediúnicos nas comunidades espíritas em que ela ia todos os domingos à noite. Certo Domingo ela estava adoentada e impossibilitada de ir até uma sessão espírita. Neste dia, sentada em sua casa, ela via as pessoas passarem para ir à igreja onde o Rev. Lloyd-Jones pastoreava. Algo fez com que ela sentisse vontade de ver o que aquele povo fazia na igreja, e assim, decidiu ir ao culto naquele dia. Depois disso, continuo freqüentando os cultos até se converter.

Um dia o Pastor Lloyd-Jones perguntou a ela o que sentira na sua primeira visita aquela igreja. E ela disse: “No momento em que entrei no seu templo e me assentei em um banco, entre o povo, tive consciência de um poder presente. Tive consciência do mesmo tipo de poder a que eu estava acostumada em nossas reuniões espíritas, embora houvesse uma imensa diferença; eu tinha a impressão de que o poder, no seu templo, era um poder puro”.

Isso é o poder do Espírito Santo na igreja que qualquer visitante pode sentir. Esse poder do Espírito Santo não pode ser sentido em outros lugar, se não na igreja. É claro que o espírito pode se manifestar em vários lugares de acordo com o seu querer, no entanto, o que se destaca aqui é a singularidade da igreja.

CONCLUSÃO:

Se você procura em uma igreja algo que não seja a pregação da Palavra de Deus, você precisa repensar a sua ideia de igreja; Se você quer ouvir a voz de Deus, então procure ler as Escrituras e ouvir a sua fiel pregação. Todas as “doenças espirituais” são curadas a partir de um correto entendimento e aceitação das verdades Bíblicas e que são apontadas pela fiel pregação da palavra de Deus. Por fim, não subestime o local onde essa pregação deve ser feita. Não troque a igreja por um programa de televisão ou pela leitura de um livro. 

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

PENSANDO UM POUCO SOBRE NOSSO COMPROMISSO COM DEUS E SUA PALAVRA...


SER REFORMADO...

Você é reformado? Ops! Não, não, não, eu não estou falando de reforma do visual, da mudança da cor do seu cabelo, da roupa, se fez ou não “lipo”, etc. A reforma que eu quero tratar aqui, não envolve a reforma da igreja, de sua casa, ou de um prédio... 

Você se lembra da Reforma Protestante? Aquela que aconteceu no dia 31 de outubro de 1.517, lembrou? Pois é, é sobre essa reforma que eu quero falar! Essa reforma aconteceu, porque um homem chamado Martinho Lutero, percebeu que a sua igreja (católica romana), estava abandonando a Bíblia, ou seja, os ensinos eternos de Deus que só encontramos nas Escrituras, e aderindo a superstições e ensinos distorcidos do homem e do diabo.

Tudo isso, por que o Papa da época, Leão X, queria construir a Basílica de São Pedro, e, para obter o dinheiro necessário, começou a vender indulgências, que era a venda do perdão de Deus e de um pedacinho do céu. Além disso, eram apresentados ao povo, objetos falsificados como: pedaços da cruz de Cristo, objetos supostamente consagrados, etc. Tudo vendido! E a igreja vendeu, e vendeu muito...! Hoje, a Basílica de São Pedro, é uma das construções mais suntuosas e caras do mundo. Martinho Lutero protestou. E o seu movimento ficou conhecido como Movimento Protestante. Ele foi excomungado da Igreja Católica, e, então, deu-se início às igrejas protestantes ou reformadas.


Uma igreja reformada é uma igreja que segue os princípios adotados pela Reforma Protestante. O principal princípio reformado, e de quem todos os demais princípios dependem, é a de que a Bíblia e, somente a Bíblia, pode apresentar a vontade de Deus para o ser humano. Ou seja, para vivermos numa correta obediência a Deus, só há um caminho, e esse caminho só é apontado e direcionado pela Bíblia, a Palavra de Deus. 

Ser reformado, portanto, é crer e servir somente a Deus e a Jesus Cristo, revelado pela Bíblia e somente pela Bíblia. É acreditar que só a Bíblia pode nos apresentar a vontade de Deus. É crer que a Bíblia é inerrante, infalível e suficiente para nos mostrar o único caminho de salvação.

E agora, você pode me responder a pergunta que eu fiz a você no início deste texto? Você é reformado? Se a sua resposta for sim, então, você deve se comprometer a fazer uma coisa: Crer somente na Bíblia! Foi isso que os reformadores fizeram, e é isso que eu e você precisamos fazer.

Quando você se comprometer a fazer isso, então você descobrirá que não é necessário comprar “indulgências”, como: Copo com água (ou frascos de água do rio Jordão); lenço consagrado, “fitinha” abençoada, óleo ungido, rosa ungida, etc... E nem precisará procurar pelo “apóstolo tal” ou pelo “bispo tal” ou pelo “missionário tal”, ou pela “Igreja tal”, porque você tem a Bíblia, e quem tem a Bíblia tem Deus, e quem tem Deus, tem TUDO! (leia Romanos 8.31). Seja crente, seja reformado!


Com amor,
Rev. Luiz Ancelmo.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

PENSANDO UM POUCO SOBRE SER PASTOR E SER OVELHA...


SER PASTOR E SER PASTOREADO

Ser pastor não é tarefa fácil. Primeiro, porque ser pastor não é uma profissão, mas, antes, um sacerdócio. Não é como tomar a decisão de ser um advogado, um médico, etc. Mesmo que essas profissões devam levar em conta a habilidade de quem quer exercê-las, há liberdade para a escolha. Mas, para ser pastor, não basta desejar, é preciso ser chamado por Deus. É a diferença entre “DOM” e “TALENTO”. O dom não é adquirido, é um presente de Deus. Não vem de uma decisão ou escolha do homem, mas de Deus. Já o talento, é algo adquirido, vem do esforço e da dedicação por fazer algo.

Dom, na Bíblia, é aplicado somente para as funções que foram determinadas por Deus, para o fim específico de fazer o serviço direto de Deus. Para alguém ser pastor é preciso ser chamado por Deus, vocacionado e capacitado para cuidar do seu povo – a Igreja. Infelizmente, não podemos afirmar que todos os pastores são chamados por Deus. Há, hoje, “pastores” que se tornaram verdadeiros profissionais da religião, e transformaram “suas” igrejas em mega empresas, que funcionam muito mais como uma agência que presta serviços para o homem, do que como uma instituição divina que visa a glória e o serviço a Deus. 


Ser pastor é, acima de tudo, ser um porta voz de Deus. Ele é chamado por Deus para fazer e dizer a Sua vontade. Sua função não é, simplesmente, proporcionar bons momentos para o homem, mas levar o homem ao pleno conhecimento da verdade. Seu serviço não é agradar a homens, mas a Deus. E, só há uma forma de agradar a Deus: Obedecendo e ensinando fielmente a sua Palavra, a Bíblia Sagrada. 

Mas, se dizemos que ser pastor não é tarefa fácil, serpastoreado também traz seus desafios. Ser pastoreado é reconhecer a autoridade de quem o pastoreia. Ou seja, para permitir-se ser pastoreado, o crente deve reconhecer a autoridade do pastor. Não a autoridade que o pastor tem, mas a que lhe foi dada. Assim, quando o que é pastoreado reconhece a autoridade de quem o pastoreia, está reconhecendo a autoridade de Deus. Pois quem o constituiu pastor foi o próprio Deus.

É claro que o pastor não é infalível, muito menos inerrante, mas, repito, não é a autoridade do pastor que o faz pastorear, mas a autoridade de Deus. Por isso, tudo o que o pastor fizer baseado nessa autoridade, tem a aprovação de Deus. Quando um pastor não usa a autoridade de Deus, mas, a sua, propriamente, ele está violando as leis do seu chamado. A única prova que podemos ter para identificar se um pastor está exercendo fielmente a vocação pela qual Deus o chamou é observando a sua fidelidade às Escrituras Sagradas. Se tudo o que ele ensina e procura viver está baseado e firmemente alicerçado na Palavra de Deus, então a autoridade que ele exerce sobre a igreja é a autoridade de Deus, e por isso toda a igreja deve respeitá-lo e obedecê-lo. 

Quero concluir lembrando a todos que um dia, o povo a quem Moisés pastoreou, rebelou-se contra o seu pastor, e a decisão de Deus foi uma só - não deixa-los entrar na terra prometida (ver Números 14.1-12; 20-38). Se Deus fez assim com aqueles que não aceitaram ser pastoreados por Moisés, que diremos daqueles que se dizem pastores e não fazem a vontade de Deus? Assim, a tarefa é dupla. Primeiro, precisamos saber identificar um verdadeiro pastor, e, em seguida, permitir-nos ser pastoreados por ele.

Com amor,
Rev. Luiz Ancelmo

PENSANDO UM POUCO SOBRE O PECADO E SUAS CONSEQUÊNCIAS...


Uma breve análise bíblica e teológica sobre o pecado e suas punições.

Já ouvi muitas pessoas dizerem: “Pra Deus não existe essa história de “pecadinho” e “pecadão”, tudo, pra Deus, é pecado do mesmo jeito”. Mas, o que a Bíblia fala sobre isso? Existe diferença de pecados? Todos os pecados cometidos são tratados por Deus de igual forma? E, como a igreja deve tratar os transgressores nos seus diferentes tipos de pecados cometidos?

Realmente, a Bíblia nos ensina que todos os pecados são abomináveis para Deus (Is 59.2). Deus odeia qualquer tipo de pecado (Sl 45.7). Todos os pecados foram tomados por Jesus para que pudéssemos ser perdoados e salvos. Jesus não carregou (em nosso lugar) somente os pecados “mais graves”, e, não foi somente pelos pecados mais “hediondos” que Jesus foi punido por Deus em nosso lugar, mas por todos os nossos pecados (Is 53.5, 10; 1Co 15.3).

Entretanto, quando Deus apresenta as suas leis, Ele estabelece graus de punição para os diferentes “tipos” de pecado que o ser humano comete. Por exemplo, no Antigo Testamento a punição para quem adulterava era a morte, assim como para os homicidas (Lv 20.10; Lv 24.17; Êx 21.14). Mas, para quem, por exemplo, que cometia o pecado do roubo ou da extorsão, não era punido com a morte da mesma forma que o adúltero e homicida (Lv 6.1-4). O nosso Senhor Jesus também parece ter ensinado algo semelhante quando disse aos fariseus que o pecado da blasfêmia contra o Pai e o Filho poderiam ser perdoados, mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não há perdão (Mt 12.31).

Até mesmo no inferno, a Bíblia parece indicar que haverá graus de punição para os condenados, que serão proporcionais aos pecados cometidos na terra (Lc 12.47,48; Mt 16.27; Rm 2.6). E aos salvos, a Bíblia parece ensinar que estes também receberão, no céu, recompensas proporcionais às suas obras na terra (1Co 3.10-15; Ap 20.12; Ap 22.12; Tg 2.22; Mt 25.31-46; Lc 19.12-19; Mt 5.11,12; 6.19-21; Lc 6.35; Mc 9.41). Isso não significa que ele será salvo por essas obras, por que todos são salvos pela graça de Deus (Ef 2.8), através do sacrifício vicário de Cristo (Tt 3.4-7), mas essa recompensa está relacionada ao modo como o salvo respondeu a essa salvação enquanto esteve servindo a Deus aqui na terra (Fp 2.12).

A igreja parece seguir critérios semelhantes quando aplica punições para os seus membros faltosos. No Manual da Igreja Presbiteriana do Brasil, por exemplo, em seu Código de Disciplina, no capítulo III, Artigo 9º, diz que a disciplina eclesiástica é aplicada por modos diferentes que vai desde uma admoestação até a exclusão do membro faltoso. Também no artigo 13º, do mesmo capitulo, o Código de Disciplina diz que “as penas devem ser proporcionais às faltas...”

Assim, entendemos que, apesar de todo pecado ser odioso aos olhos do Deus santíssimo e ser suficiente para condenar qualquer um ao inferno, as consequências dos mesmos são condicionais às suas gravidades. Dizer que, para Deus, não existe “pecadão” e “pecadinho” tem a sua verdade, até certo ponto. Entretanto, isso não quer dizer que as punições serão iguais para todos.
                                                                           Com Amor,
Rev. Luiz Ancelmo

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

...SEJA ISSO O QUE OCUPE O VOSSO PENSAMENTO.


Muitas vezes não notamos, mas o pensamento é uma das ferramentas mais poderosas que temos. Às vezes, achamos que "pensar" não é nada demais. O meu filho mais velho, quando quer alguma coisa que sabe que poderá encontrar resistência da minha parte, já começa dizendo "Pai, eu só tô pensando..." 

Achamos que pensar não é, em si, um pecado ou um erro. Às vezes nos escondemos nos nossos obscuros pensamentos e achamos que se só ficar no pensamento não acontecerá nada de mais. Mas a Bíblia diz que os nossos pensamentos podem ser, por si só, pecaminosos (1Rs 18.21; Lc 5.22; 1Co 3.20; Hb 4.12) e que não controla-los poderá nos levar a cometer atos desagradáveis para nós mesmos e para Deus. 

A Bíblia diz em Isaías 55.8, que os pensamentos de Deus não são os nossos pensamentos... Mas, como tornar os nossos pensamentos os pensamentos de Deus? A resposta é: Só transformaremos os nossos pensamentos nos pensamentos de Deus se buscarmos pensar o que Deus pensa. Mas alguém dirá: - Você deve estar louco, como podemos pensar o que Deus pensa? Quem jamais conheceu a mente de Deus? Concordo em parte com esta objeção se pensarmos que, por nós mesmos, podemos fazer isso. Mas há uma outra forma de se conhecer os pensamentos de Deus - através da sua Palavra, a Bíblia Sagrada. Somente através das Escrituras Sagradas podemos conhecer um pouco dos pensamentos de Deus e passarmos a pensar como ele pensa. 

Foi pensando nisso que resolvi criar um blog com o título "Ocupando o Pensamento", justamente por entender que os nossos pensamentos precisam ser alimentados de maneira correta e com conteúdos legítimos que proporcionem bons pensamentos e, consequentemente, boas atitudes no dia a dia. 

Tentarei, a partir de agora, usar este espaço para ocupar a minha mente com aquilo que tenho aprendido acerca da Palavra de Deus e compartilhar com aqueles que quiserem pensar comigo. Não é necessário que você pense como eu, mas só pelo fato de você pensar em ler meus posts, estarei satisfeito.

E não nos esqueçamos: "... Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, SEJA ISSO O QUE OCUPE O VOSSO PENSAMENTO". (Filipenses 4.8).Um forte abraço!