sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

PENSANDO UM POUCO SOBRE A ALIANÇA DE DEUS...


A CIRCUNCISÃO E O BATISMO INFANTIL


Recentemente, li um artigo de um conhecido e respeitado pastor batista, que dizia que a circuncisão não poderia servir de base para a afirmação de que o batismo infantil é a continuação do significado da circuncisão no Antigo Testamento. Seu argumento se firma no fato de que a circuncisão era um rito que tinha por finalidade ingressar pessoas a uma raça, ou, conforme suas próprias palavras, “a circuncisão isoladamente considerada, não era um selo de fé, mas apenas uma marca distintiva no corpo dos que participavam da Antiga Aliança”. Entretanto, sua afirmação parece não se harmonizar com a teologia bíblica da circuncisão.

Vejamos, primeiramente, o propósito de Deus em instituir a circuncisão. Em Gênesis 17 Deus anuncia o estabelecimento de sua aliança com Abraão e sua descendência (v. 7), através de um símbolo externo (v. 10). Esse símbolo evidenciaria ou seria posto como sinal de que foi feito uma aliança entre Deus e Abraão (v. 11).

Mais à frente, no verso 13, Deus diz a Abraão: “...a minha aliança estará na vossa carne e será aliança perpétua.” Ou seja, já no início da instituição do símbolo, Deus deixa bem claro que a sua intensão era selar ou marcar aqueles que lhe serviam ou que pertenciam a ele não só como uma raça (uma nação), mas como membros de sua aliança.

Agora veja o verso 12: “O que tem oito dias será circuncidado entre vós...tanto o escravo nascido em casa como o comprado a qualquer estrangeiro, que não for da tua estirpe.” Quer dizer, “desde o dia da sua instituição original como sinal de aliança, a circuncisão esteve aberto aos gentios. Não se pretendia que ela fosse exclusivamente um símbolo racial, mas, de maneira mais ampla, um sinal de aliança.”[1]

Não estamos dizendo com isso, que a circuncisão não tinha como objetivo estabelecer o tipo de nacionalidade que o circuncidado pertencia, mas estamos afirmando que o maior de todos os objetivos era tornar visível a aliança feita por Deus com o seu povo. Isso se torna mais claro quando compreendemos o que significava essa aliança feita por Deus.

Na realidade, a essência da aliança representava o relacionamento de Deus para com o seu povo e do seu povo para com Deus. “Começando na época da instituição e estendendo através da história de Israel, a circuncisão indicava o status de um homem em relação a Deus tanto quanto seu status em relação à nação de Israel.”[2]

Por exemplo, em Deuteronômio 10.16, Moisés diz ao povo de Israel: “Circuncidai, pois, o vosso coração e não mais endureçais a vossa cerviz.” Também no capitulo 30 de Deuteronômio, verso 6, mais uma vez se diz: “O Senhor, teu Deus, circuncidará o teu coração e o coração de tua descendência, para amares o Senhor, teu Deus, de todo o coração e de toda a tua alma, para que vivas.”

A circuncisão não era apenas um sinal externo que apontava para uma realidade externa (raça), mas também uma realidade interna que apontava para algo que deveria nascer do coração (amor, obediência e adoração a Deus). Para que alguém servisse a Deus, não era necessário apenas um sinal externo, mas uma realidade interna, e a circuncisão apontava para estes dois pontos. Neste caso, a circuncisão apontava não somente para o que o homem deveria fazer para com Deus, mas, principalmente, para o que Deus já havia feito no homem.

Assim, cremos que o batismo é a continuidade do que a circuncisão representava no Antigo Testamento, pois também representa a inserção de pessoas à aliança de Deus como o seu povo exclusivo. As Escrituras demonstram que Deus não só se relaciona com indivíduos, mas também com famílias e o batismo infantil evidencia e ratifica essa verdade.

Uma prova inequívoca desta verdade está no discurso de Pedro durante o pentecostes em Atos dos Apóstolos, capítulo 2. No verso 38, ele responde a pergunta feita por seus ouvintes que indagavam: Que faremos? E Pedro responde: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar.”

Uma outra prova de que o batismo infantil é a continuação do que representava a circuncisão é 1ªCoríntios 7.14. Neste texto, o apóstolo Paulo diz que, por causa da parte crente, os seus filhos são santos ou separados, porque fazem parte da aliança que Deus estabelecera com a parte crente.

A circuncisão antecede à Lei de Moisés, porque refere-se ao início da aliança da graça de Deus feita com o seu povo. Deus havia dito a Abraão que esta aliança é perpétua, ou seja, não tem fim.

O pacto da lei passou, é verdade, mas a Aliança da graça feita a Abraão, não. As ordenanças, os símbolos dessa aliança, mudaram: primeiro só a circuncisão; depois foi acrescida a páscoa, e depois ambas foram substituídas pelo batismo e pela ceia do Senhor. Mas a aliança é a mesma.

É isto o que o Apóstolo Paulo afirma em Gálatas 3.17, demonstrando que a lei de Moisés não pode invalidar a aliança com Abraão. 

Logo, a aliança mencionada no Novo Testamento não é uma outra aliança, uma aliança recentemente estabelecida, que anulou a aliança feita com Abraão; mas a mesma aliança renovada por Aquele que é o Mediador da aliança – Jesus (cf. Gálatas 3.27,29).[3]

O fato é que a igreja é a mesma. Somos membros de um mesmo corpo. Somos a “comunidade do pacto”. Somos os verdadeiros descendentes de Abraão – cf. Gl 3.7. Somos os ramos que foram enxertados; tornamo-nos participantes da mesma raiz e da mesma seiva da oliveira – cf. Rm 11.17. O meio de salvação também não mudou. Continua sendo pela graça, por meio da fé, como era no A.T. – cf. Rm 4.1-17. Logo, por que razão os filhos dos membros da nova aliança deveriam ser excluídos da comunidade do pacto, da igreja visível? Por que lhes negar o selo do pacto, a saber, o batismo?[4]

                                                                                                                   Com amor,
Rev. Luiz Ancelmo


[1] ROBERTSON, O Palmer, Cristo dos Pactos, Ed: Luz para o Caminho, Campinas, SP, pág. 135.
[2] Idem, p. 138
[3] ANGLADA, Paulo, O Batismo Infantil – o que os pais deveriam saber acerca deste sacramento. Ed: Os Puritanos, Recife – PE, pág. 43
[4] Idem, p. 43

sábado, 4 de maio de 2013

PENSANDO UM POUCO SOBRE O QUE É SALVAÇÃO...


O LIVRE ARBÍTRIO É DIABÓLICO!

Ficou chocado com o título? Uma vez, ao entrar em um ônibus urbano, dei de cara com uma pessoa que estava lendo um jornal de uma dessas igrejas neopentecostais e na página principal estava estampado a matéria: “A doutrina da Predestinação é Diabólica!” Confesso que me assustei com o título e, é claro, não posso concordar com tal definição.

Mas, para mim, a doutrina do livre arbítrio é que é diabólica. Preciso primeiramente explicar esta afirmação. Diabólica não porque tenha nascido, necessariamente, do diabo, mas se torna diabólica quando é usada pelo diabo para continuar com a sua estratégia de enganar as pessoas.

Estou lendo um livro, na verdade um verdadeiro Best Seller, de um famoso escritor cristão, chamado C. S. Lewis, intitulado de “Cartas de um diabo a seu aprendiz”. Nesse livro, C. S. Lewis, de forma brilhante e bem original, mostra, mesmo que em forma de ficção (mas que corresponde a uma realidade existente), como o diabo planeja seus ataques e quais são as suas principais estratégias na missão de impedir que os homens cheguem ao conhecimento verdadeiro de Deus e seja, pelo próprio Deus, transformado.

Minha intenção aqui não é narrar o que escreveu Lewis nesse livro, mas, em sua primeira “carta” do diabo ao seu aprendiz, relata-se a preocupação do diabo em não permitir que o homem chegue ao total conhecimento da verdade, e uma das estratégias usada pelo diabo é o de não permitir que qualquer assunto seja levado para o campo da argumentação. Ele diz: “O problema da argumentação é que ela leva a batalha para o campo do Inimigo” (pág. 02). O inimigo aqui seria o inimigo do diabo, que é Deus.

Me parece que esta é também uma estratégia usada pelo diabo, todas as vezes que um cristão (reformado) começa a falar sobre a doutrina do pecado ou, consequentemente a esta doutrina, a doutrina da predestinação ou doutrina da eleição, porque falar sobre esse assunto requer argumentação e isso é tudo o que o diabo não quer.

Na minha experiência como pastor, todas as vezes que tratei desse assunto, muitas pessoas disseram mais ou menos a mesma coisa: “Esse é um assunto difícil de se entender”. Entretanto, não é porque é difícil de se entender (eu particularmente não acho difícil), que se torna impossível de se entender.

Então, partir para o campo da argumentação é tudo o que o diabo não quer. Ele quer que as pessoas continuem no caminho da mediocridade, pois pensar que Deus deixou a cargo das pessoas escolherem o caminho do bem ou do mal, é mais fácil de entender e não requer muita argumentação. Mas, lembre-se, tudo o que o diabo não quer é argumentação.

Agora pensem comigo. Se alguém diz: “Você só pode aceitar a Cristo se você quiser. Deus te deu livre arbítrio. Ele não pode te forçar a fazer o que você não quer”, etc. Mas, como entender, à luz dessa “argumentação”, por exemplo, Efésios 2.1 ou o v. 5 e o verso 8 que diz: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus”. Ou outros textos que afirmam que o homem está morto espiritualmente por causa do pecado: Colossenses 2.13; Romanos 5.12; 5.14; 6.23; 7.13; 1ªaos Coríntios 15.21; Tiago 1.15; 1ª João 3.14; etc. Existem outros textos que falam de uma ressurreição espiritual. Ora, só existe a necessidade de ressurreição para quem está morto, observem, então, esses textos: Romanos 6.4-5; Efésios 2.5; Colossenses 2.12; 3.1. Todos esses textos falam de uma mesma realidade, a ressurreição para os que estavam mortos. Porventura, alguém que está morto espiritualmente pode ter livre arbítrio? Pode ter o poder de escolher viver?

Assim, a doutrina do livre arbítrio se torna diabólica porque leva o homem a ter uma falsa sensação de segurança e de auto-controle, sentimentos muito apreciados pelo diabo que quer convencer o homem a pensar que as escolhas sempre devem partir dele mesmo, tanto para fazer o bem como para fazer o mal, e que Deus fica apenas no meio da plateia torcendo para que o homem escolha servir a Ele.

Com amor, Rev. Luiz Ancelmo




terça-feira, 19 de março de 2013

PENSANDO UM POUCO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA CONFISSÃO DE PECADOS...


QUANDO TENTAMOS ESCONDER OS NOSSOS PECADOS

TEXTO BÁSICO: 2º SAMUEL 11.1-25

Você teria coragem de tornar público os seus mais graves pecados? O que você é capaz de fazer para esconder seus pecados?

Davi havia adulterado. Cometeu este pecado com a mulher de um de seus soldados. Quando descobriu que sua única noite com Bate-Seba havia provocado sua gravidez, ele tentou esconder suas atitudes pecaminosas. E as consequências foram terrivelmente desastrosas.

Primeiramente, Davi tentou criar um álibi para dizer que a gravidez de Bate-Seba não foi proveniente de seu caso com ela (versos 7-8). Davi manda chamar Urias do meio de uma guerra para tentar convencê-lo de que ele precisava voltar para casa. A intenção de Davi era a de fazer com que Urias, naquela noite, se deitasse com sua esposa para fazer parecer que a sua gravidez era proveniente desta noite com Urias, seu esposo.

E o que fez Davi:

1.   Pediu para que Urias fosse para casa descansar e deu-lhe um presente – verso 8. Isso não deu certo (versos 9-10) visto pelas próprias palavras de Urias no verso 11.

2.   Davi fez com que Urias comesse à sua mesa e o embebedou esperando que, embriagado, ele voltasse para a sua casa – versos 12 e 13.

Todas estas tentativas foram frustradas, até Davi tentar uma última coisa: Ele cria uma situação fora de suspeita para provocar a morte de Urias (Cf. versos 14-17).

Como nada convencia Urias a voltar para sua casa, a última tentativa de Davi de esconder seu pecado foi provocar a morte de Urias. Ele escreve uma carta a Joabe, comandante de seu exército, explicando como a morte de Urias deveria ser provocada e o portador desta carta é o próprio Urias.

Urias, sem saber, levava em suas mãos a sua própria sentença de morte. Urias morre e sua esposa, Bate-Seba, leva avante sua gravidez cujo pai era o próprio assassino de seu marido. No capítulo doze lemos que Bate-Seba tem o filho, mas, logo em seguida a criança morre.

Ao ler essa história, fico pensando – Será que isso tudo poderia ter sido evitado? Podemos, de fato, evitar o pecado? Penso que sim, até mesmo nesse caso de Davi. E esta minha conclusão vem de uma leitura do próprio texto, em seu início...

Davi poderia ter evitado tudo isso se tivesse ido à guerra (Veja o verso 1).
Bem, antes que alguém me entenda mal, gostaria de explicar que eu creio que nada acontece por um simples acidente, como se Deus não tivesse controle das nossas vidas e de toda a história, mas, em matéria de pecado, a culpa sempre será do próprio pecador. Por isso, acho que Davi pecou porque fez uma escolha errada, ele ficou em Jerusalém.

CONCLUSÃO:

E você, alguma vez já tentou esconder ou camuflar algum pecado? Até aonde você foi? Quais foram as consequências?

Atenção, escolhas erradas podem provocar estragos que nem você e nem o tempo poderão apagar ou desfazer, por isso, humilhe-se diante de Deus e confesse o seu pecado e não tente mais escondê-lo.

Leia o que o próprio Davi, após arrepender-se do seu pecado, escreveu no Salmo 32.

Esconda os seus pecados e você morrerá (Rm 6.23) ... Confesse-o, e experimentará a mais doce e prazerosa vida que Deus tem para todos os que se humilham perante ele.

Com Amor, Rev. Luiz Ancelmo

quinta-feira, 14 de março de 2013

PENSANDO SOBRE A VERDADEIRA IGREJA DE CRISTO...


"EDIFICAREI A MINHA IGREJA!"


“Tendo Jesus chegado às regiões de Cesaréia de Felipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem? Responderam eles: Uns dizem que é João, o Batista; outros, Elias; outros, Jeremias, ou algum dos profetas. Mas vós, perguntou-lhes Jesus, quem dizeis que eu sou? Respondeu-lhe Simão Pedro: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Disse-lhe Jesus: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelou, mas meu Pai, que está nos céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do hades não prevalecerão contra ela; dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares, pois, na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus. Então ordenou aos discípulos que a ninguém dissessem que ele era o Cristo”. (Evang. de Mateus 16.13-20).

Aqui, Jesus explica aos discípulos o que é ser igreja e como ele a constitui.

Suas palavras se iniciam com uma pergunta: “Quem diz o povo ser o filho do homem?” A resposta vem logo em seguida, no verso 14. A conclusão que se chega é que o povo, isto é, os ímpios, aqueles que não são igreja mas pelo contrário, se opõe a ela, não sabe quem de fato é Jesus. Em seguida ele faz a mesma pergunta, dirigindo-se aos discípulos: “Mas vós... quem dizeis que eu sou?” Aqui é interessante, porque nós só conseguimos entender a primeira pergunta quando ouvimos a segunda.  O que parece que Jesus quer mostrar é que não importa o que os ímpios acham dele, mas o que os seus discípulos pensam. Pedro é o primeiro a responder. Não porque ele é o mais importante de todos ou mais inteligente, mas representando a todos os demais. Notem que Jesus não faz essa pergunta a Pedro e sim a todos, usando a expressão “vós”. Pedro dá a resposta que Jesus queria, ele diz: “Tu és o Cristo...”

Mas, em seguida, Jesus diz a Pedro que aquela sua resposta não vinha dele mesmo, não era uma ideia criada pelo próprio Pedro ou pelos discípulos, pois ele diz “... não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu pai, que está nos céus”. A expressão “carne e sangue” quer dizer “cálculo, cogitação, intuição ou tradição meramente humanas”, ou seja, o que Pedro acabara de pronunciar não vinha de uma sabedoria humana e adquirida por uma mente inquiridora, mas vinha do Pai...

Após ouvir a declaração de fé de Pedro, Jesus explica o que essa declaração significa. No verso 18, Jesus faz uma espécie de trocadilho com o nome de Pedro e a palavra “pedra” para dizer uma única coisa: “edificarei a minha igreja...”

Todas as tentativas de mudar o foco do real propósito de Jesus aqui, como o de tentar explicar o que ele queria dizer quando fala de Pedro e depois de pedra, é inútil diante da poderosa frase “edificarei a minha igreja”.

Sua real intensão aqui é mostrar como ele pretendia edificar a sua igreja. Primeiramente ele diz que a sua igreja seria edificada sobre a rocha (pedra). O próprio Pedro, muito anos depois, nos informa o que significa essa rocha, em 1Pe 2.4-8. Em outras palavras, Jesus está dizendo que a sua igreja seria edificada através dele mesmo – é por isso que ele chama de “minha igreja”.

Mas a sua igreja seria edificada sobre um outro fundamento, menor que o primeiro, porém, também criado pelo pai, que é a declaração de Pedro.  Quando Pedro diz “tu és o Cristo” e Jesus responde a ele dizendo que quem revelara isso a ele fora o Pai, Jesus está nos ensinando que a sua igreja também é edificada sobre a confissão daqueles que seriam essa igreja, ou seja, todos aqueles que o pai revelar.

E ainda no verso 18 ele declara: “... e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. Em uma tradução mais literal, diz: “e as portas do Hades não terão poder sobre ela”. As portas do inferno representam Satanás e suas legiões irrompendo pelas portas do inferno a fim de assaltar e destruir a igreja. O que temos aqui é uma promessa da vitória, que se repete reiteradamente, da igreja de Cristo sobre as forças do mal (Jo 16.33; Rm 16.20; Ef 6.10-13; Ap 12.13-16; 17.14; 20.7-10).

Essas portas do inferno podem indicar tanto elas vindo contra a igreja como elas não suportando a força da igreja. Ou seja, quando a igreja se apresenta como tendo sido edificada sobre Cristo que é a rocha e sobre a confissão que todo crente verdadeiro profere, revelada pelo pai, ela tanto suporta as investidas do Diabo como também produz seus próprios ataques contra o inferno.

No verso 19, ele diz: “Dar-te-ei as chaves do reino dos céus...” Isso significa que a igreja edificada sobre a rocha e sobre a verdadeira confissão, realiza na terra o que nenhuma outra instituição pode realizar, isto é, ela pode, pela pregação do evangelho, tanto abrir as portas do céu (At 2.38, 39; 3.16-20; 4.12; 10.34-43) como fecha-las (At 3.23) – (Ver também a resposta para a pergunta: “Como é o reino do céu aberto e fechado pela pregação do santo evangelho?” na Confissão de Heidelberg, ‘Dia do Senhor 31’, resposta à pergunta nº 84).

“...o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus”. Aqui, “ligar” e “desligar” são termos rabínicos, que significam proibir e permitir. Ou seja, a igreja fundada e fundamentada sobre a Rocha, tem, pela Palavra de Deus e desde que ela esteja sempre baseando-se pela Palavra, o poder de proibir tudo aquilo que é contrário a Deus e sua Palavra, como permitir que tudo aquilo que emana de Deus e de sua Palavra sejam vividos e praticados.

CONCLUSÃO:

Foi assim que Jesus fundou (edificou) a sua igreja. Com todas essas maravilhosas declarações e características de uma verdadeira igreja, forte e vitoriosa. Mas, onde está essa igreja hoje?

Talvez você me responda: “Em meio a todos esses escândalos evangélicos, parece difícil enxergar a Igreja de Cristo entre nós”. E se essa for a sua resposta, eu tenho que admitir que você tem razão!

A Igreja de Cristo não pode ser isso que temos visto em nossos dias. O que temos visto hoje não é uma “igreja” que tem vencido os ataques infernais do Diabo. Muito menos uma igreja que tem, pela fiel pregação do evangelho, mostrado que está em suas mãos as chaves do reino dos céus. A igreja de nossos dias não consegue permitir ou proibir, pois é ela mesma que está fazendo o que não se pode e deixando de fazer o que se deve.

Mas, se Cristo de fato edificou a sua igreja como ele disse em Mt 16, então ela deve estar por aqui, em algum lugar, mesmo que escondida entre aquelas que se dizem ser igreja e não são, mas ela está aqui, ela existe.

Mas, onde podemos encontra-la e quais são as evidencias de que ela ainda existe? A resposta está aqui!

Quando você se deparar com alguém que:
  1.      Faz a verdadeira confissão revelada pelo Pai, mesmo que uma multidão   não concorde com ele;
  2.      Sabe quem de fato é Jesus;
  3.         Resista às portas do inferno e, com a mesma força, as destrói;
  4.      Prega o evangelho condenando o pecado e anunciando a salvação pela graça;
  5.       Têm no evangelho, as respostas para o que Deus proíbe e permite;

Se você encontrar alguém com essas características, então, aí está a igreja de Cristo!

Com amor, Rev. Luiz Ancelmo